domingo, 25 de setembro de 2011

FERRARI X FORD, O COMBATE FINAL (1)

por Mestre Joca http://mestrejoca.blogspot.com

Após ter sido vencida e humilhada pela Ford em Le Mans na temporada de 1966, a Ferrari resolveu jogar pesado em 1967. Para isso, começou substiuindo o problemático diretor esportivo Eugênio Dragoni, a quem muitos consideravam responsável pela débacle italiana frente aos americanos. Para esta função foi convidado Franco Lini, jornalista especializado bastante influente e com grande conhecimento do mundo das competições.


Livre finalmente dos conflitos sociais que varreram a Itália em 1966, com severas greves no setor metalúrgico que inluiram negativamente na construçãoe desenvolvimento de seus protótipos, a Ferrari se sentiu àvontade para apresentar sua grande arma para 1967: a 330P4, dotada de um novo chassi semi-monocoque, misto de tubular com seções de alumínio e fibra de vidro na parte central.

O motor é um V-12 a 60 graus, 4.0 litros, com potência aumentada para 460 HP e o peso total de 780 quilos, o que teoricamente levaria a 330P4 a uma top-speed de 320 km/h. No campo dos pilotos, a novidade é a contratação do neo-zelandês Chris Amon, enquanto permanece a mesma política para os teams semi-oficiais (NART, Scuderia Filipinetti, Maranello Concessionaires, Écurie Nationale Belge) que recebem uma versão atualizada do antigo modelo P3, batizada de 330 P3/P4.

Na Ford, é apresentada uma nova versão do antigo Ford GT-40 Mk2A com um renovado motor v8 7 litros de 580 HP e peso líquido de 1000 kg, denominada MKI2B. Ea arma secreta da fábrica americana é antigo protótipo Ford J, equipado com motor de 7 litros, o chassi de honeycomb em alumínio e uma nova carroceria mais aerodinâmica, capaz de lançá-lo a presumíveis 330 Km/h.

Rebatizado de Ford MKIV, nele os americanos depositavam confiança para vencer de novo em Le Mans. Os carros seriam entregues novamente a duas equipes oficiais, a Shelby American Inc. e Holman & Moody, uma vez que Alan Mann não mais estaria à frente do programa dos Ford GT, sendo substituído por John Wyer, sendo que este último com a incumbência de desenvolver um novo carro, o Mirage-Ford M1, inteiramente baseado nos antigos GT-40.

Mas nem só de Ford e Ferrari se compunha a temporada do Mundial de Marcas de 1967. Correndo por fora vinha o Chaparral Chevrolet 2F de Jim Hall, que causara excelente impressão no ano anterior ao vencer os Mil Km de Nürburgring. Mesmo contando com pouco apoio oficial da GM, os 560 HP do motor Chevy V8 de 7 litros e a novidade da asa móvel vinda do Chaparral 2E Can AM poderia se tornar numa eventual surpresa.

Outra promessa entre os big bangers era a recém lançada Lola T-70 MK3A. Criação de Eric Broadley, um dos pais do projeto do GT-40 de 1963 a 1965, o carro tinha nítida inspiração também no modelo MK2 da Can Am. Equipado oficialmente com um motor Aston Martin V8 de 500 Hp, oferecia também a opção de qualquer motor Chevy V8 de 5 a 7 litros para pilotos privados.

Entre os carros menores, entenda-se aí a Classe até 2 litros, a concorrência não era menor. A Porsche apresentava seu modelo 910, uma versão melhorada do bem sucedido 906 Carrera. Com opção de motores 6 cilindros (220 HP) e oito cilindros boxer (240 HP), os 910 eram páreo duro para as novas Alfas Romeo 33 e seu novo motor V8 de 2 litros, desenvolvido por Carlo Chiti da Autodelta, que vinha substituir as já cansadas Alfas Zagato TZ2. Outra novidade, esta vinda da França, era a estréia da nova Matra MS 630 equipada com motor BRM de 2 litros. também uma versão deste carro com motor Ford 4.7 litros anunciava-se como disponível.

Enfim, com mais uma etapa adicionada ao campeonato, as Seis Horas BOAC de Brands hatch, o Campeonato Mundial de Marcas anunciava-se mais disputado e emocionante como nunca. É o que veremos a seguir.

(fotos reprodução)

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