por HUGO RIBEIRO http://www.lemansportugal.com
Em comunicado de imprensa enviado ontem, a Peugeot Sport confirmou os pilotos que irão representar a marca francesa nas 3 provas agendadas do Le Mans Intercontinental Cup, contando com Pedro Lamy entre os eleitos mas apenas para a prova de Petit Le Mans, a 2 Outubro. No mesmo comunicado, a Peugeot revela ainda os resultados do inquérito interno que foi realizado para apurar o que se passou com os Peugeot 908 em Le Mans este ano.
Segundo o comunicado, a Peugeot tentou distribuir os seus 9 pilotos de forma equitativa, mas nestas coisas há sempre uns mais iguais que outros e os pilotos franceses Franck Montagny e Stéphane Sarrazin irão fazer duas provas contra uma dos restantes pilotos:
1000Km de Silverstone (10-12 de Setembro)
Anthony Davidson (UK) / Nicolas Minassian (FRA)
Petit Le Mans (10-12 de Setembro)
Anthony Davidson (UK) / Nicolas Minassian (FRA)
1000Km de Silverstone (29 de Setembro - 2 de Outubro)
Anthony Davidson (UK) / Marc Gené (ESP) / Alexander Würz (AUT)
Pedro Lamy (POR) / Franck Montagny (FRA) / Stéphane Sarrazin (FRA)
1000Km de Zhuhai (5-7 Novembro)
Sébastien Bourdais (FRA) / Simon Pagenaud (FRA)
Franck Montagny (FRA) / Stéphane Sarrazin (FRA)
No mesmo comunicado, Olivier Quesnel, Director da Peugeot Sport, faz uma pequena abordagem a 2011 afirmando que gostaria de manter todos os actuais pilotos da Peugeot Sport, não só para as 24 horas de Le Mans, como para todo o longo processo de preparação para a prova francesa.
Sobre Le Mans, Bruno Famin, o Director Técnico da Peugeot Sport, revela também as conclusões a que chegou a investigação interna aos problemas sucedidos: "Para começar, e a respeito do 908 #3, que abandonou apenas com 2 horas e meia de corrida, descobrimos um problema de qualidade de construção na monocoque na zona onde os braços de suspensão são fixados. Esta é a mesma monocoque que venceu as 24 Horas de Le Mans de 2009 e os 1000km de Spa de 2010, e — como todos os chassis 908 — é regularmente inspeccionada com ferramentas sofisticadas que nos permitem encontrar danos ou desgaste no carbono. O problema neste caso deveu-se a um defeito não detectado que potencia a falha súbita dos pontos de apoio.
No que diz respeito aos motores, não levamos muito tempo a chegar à conclusão que todos os 3 motores sofreram do mesmo problema nas bielas, embora os cilindros tenham sido afectados de forma diferente. Um investigação mais aprofundada concluiu que em condições particularmente severas, como as encontradas em Le Mans, em Junho, levaram a uma sobrecarga nos V12.
Na verdade, a pista esteve este ano com altos níveis de aderência o que fez o motor estar no seu máximo durante um período de tempo maior do que o esperado. Simultaneamente, o tempo manteve-se fresco e, ao contrário dos anos anteriores, os 'intercoolers' não ficaram obstruídos. A admissão de ar e combustível nas câmaras de combustão manteve-se sempre extremamente eficiente, o que significou uma disponibilidade de potência particularmente alta. É verdade que as condições eram as mesmas para todos os competidores, mas nós usamos novas bielas este ano.
Dito isto, eles foram colocados num banco de testes e durante varias simulações de pista que fomos fazendo antes da prova. Não observamos o mínimo de problemas com os motores durante esses testes, por isso nada sugeria que estávamos mais perto do limite do que imaginávamos. Como verificamos, as condições de corrida levaram-nos para o lado errado desse limite. Tendo já participado por 3 vezes nas 24 Horas de Le Mans, tínhamos toda a fé no nosso processo. As evidências mostram-nos agora que esse não era o caso, e apesar na nossa experiência acumulada é difícil dominar tudo em absoluto. As condições que enfrentamos em Le Mans alteram-se todos os anos assim como os constrangimentos a que os carros são sujeitos. Ficou evidente que temos de reforçar os nossos procedimentos de validação."
Não sabemos qual foi a reacção da administração do Grupo PSA a esta conclusão, mas parece-nos que a Peugeot fez-se valer de uma superioridade do seu carro e não olhou a meios para humilhar a Audi. A verdade é que a Peugeot não teria necessidade de puxar pelo 908 ao seu máximo tamanha era a diferença de andamentos, mas acabou por o fazer. Foi mesmo um erro de análise, como parecem sugerir, ou foi a vontade indomável de vencer categoricamente a Audi e a fé inabalável da sua superioridade sobre a marca alemã que os levou a ignorar os sinais de aviso?
Por outro lado, Bruno Famin parece admitir que existiram erros de construção em alguns elementos do 908. Todo um lote de novas bielas para o motor parece ter sido mal desenvolvido e a monocoque parece ter erros de concepção (não esquecer que esta mesma monocoque sofreu fissuras em dois anos seguidos em Sebring). Estes erros não abonam nada a favor dos milhões de euros que a Peugeot gasta anualmente no seu programa de endurance. Irão rolar cabeças lá para os lados de Sochaux?
Fonte: Comunicado de Imprensa da Peugeot Sport
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