Ari Vatanen, um dos candidatos à presidência da Federação Internacional do Automóvel (FIA), enalteceu que a voz dos protagonistas do automobilismo têm de ser levadas em conta de forma a não abandonarem as competições automóveis.
Se Jean Todt já revelou o seu programa e a sua equipe para as eleições que se acontecem (em Outubro), Ari Vatanen deverá fazer o mesmo esta semana, com muita expectativa em redor dos seus apoiantes, falando-se mesmo do presidente da Federação Alemã (ADAC), Hermann Tomczyk.
Em entrevista ao Autosport.com, Vatanen permanece confiante quanto às eleições, embora garanta que não gosta de pensar em demasia naquilo que vai acontecer, mesmo sabendo que a sua campanha tem sido bem recebida por entre os responsáveis do mundo da F1.
"Sei que as equipas não votam. Como sempre disse, e eu era totalmente independente no Parlamento Europeu, tenho constantemente votado contra os fabricantes porque quando analisei qualquer legislação fazia-o sempre a partir do ponto de vista do consumidor. Sempre fui a favor da liberalização e do desmantelamento de quaisquer monopólios. Mas, na F1, as equipas são os clientes da entidade reguladora do desporto, onde chegam com o seu dinheiro, e não com o dinheiro da entidade reguladora. Então, como posso dizer que são elementos externos? Se elas se vão embora, porque dizem que as tenho tratado mal, quem sofre? Eu e os meus clubes. (...) A sua voz [das equipas] tem de ser ouvida. Com os 'actores' pagantes, nós fornecemos o 'palco' para eles actuarem e, se não estão satisfeitos com essa parte do plano de negócios, se não lhes damos um retorno atraente sobre o seu investimento e não há visibilidade porque estão sempre com medo de uma nova mudança sem consulta e têm muitos problemas na gestão diária das suas equipas, então eles vão para outro sitio", começou por explicar Vatanen, acrescentando que ainda é muito cedo para analisar quem está em melhor posição.
"Claro que no paddock não se consegue medir bem estas coisas uma vez que há muitas informações erradas a circular. Limito-me à tarefa que tenho em mãos - não tentando adivinhar quantos ovos tenho no cesto. Eles não vão abrir antes de 23 de Outubro e permanecem em segredo, por isso para quê desperdiçar energia em algo como isso. Não sei o que vai acontecer na altura", afirmou, muito metaforicamente, Vatanen.
"É óbvio que as pessoas têm aspirações e, com toda a modéstia, sinto que muitas dessas aspirações para um novo início estão a ser canalizadas através de mim e da minha equipa. Isso é tudo o que eu posso dizer", acrescentou. "Não é [uma campanha] contra o Jean nem é contra ninguém. É o que eu sinto. Quanto disto se vai traduzir em votos no Dia-D ainda é uma incógnita, mas nunca me preocupei com isso. No final de contas, cada segundo vale a pena".
Vatanen abordou, ainda, a pequena polémica com Jean Todt, o qual acusou de estar a receber apoio da própria Federação.
"Aprendi a minha lição. Nunca disse uma palavra negativa acerca do Jean nem uma palavra negativa sobre o Max [Mosley]. No meu currículo de exposição pública nos últimos 30 anos eu nunca critiquei as pessoas pessoalmente. Mas posso cometer erros, e se o fizer, por favor perdoem-me. Nos meus anos no Parlamento Europeu eu não podia dizer a verdade sobre os meus colegas, por isso não dizia nada - e nunca os critiquei. Nunca. Não é o meu estilo. Deverei ter cometido um erro e as pessoas concentraram-se num único comentário", garantiu.
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