domingo, 19 de julho de 2009

Os perigos do automobilismo

por Rodrigo Dias do Cockpit Gaucho



O automobilismo é um esporte perigosíssimo. Final de 2007 nós acompanhamos isso diretamente aqui no Brasil. No dia 9 de dezembro daquele ano, Rafael Sperafico competia pela Stock Car Light. A prova, a última, era em Interlagos.

Rodou na última curva do circuito, possivelmente após um toque de um adversário. Atingiu a mureta de pneus, mas o carro ricocheteou. Ao voltar para a pista, Renato Russo não teve como desviar e atingiu em cheio o carro com chassi tubular e carenagem de fibra de vidro. Com a força do impacto, Rafael morreu na hora, aos 27 anos.

Não faz muito tempo, um mexicano também morreu em um acidente automobilístico. Carlos Pardo liderava uma das provas da Nascar mexicana, ocorrida no dia 15 de junho. Após um toque, comum em provas de carro estilo “turismo”, bateu forte em um muro que ficava na área de escape. Com a força da porrada - ele estava a cerca de 200 km/h - o veículo ficou completamente destruído.

E eis que hoje, mais um acidente que, infelizmente, pode trazer mais uma vítima. Henry Surtees, de 18 anos, fazia sua prova na Fórmula 2, quando foi acertado pelo pneu que soltou do monoposto de um adversário após um choque no muro. A roda se desprendeu com o choque, voltou para a pista “saltitando”. Surtees não conseguiu desviar e atingiu com a cabeça a “peça”.



As imagens, de início, não são fortes ao ponto de te fazer ficar em choque. O problema é o depois.

O piloto, inconsciente, mantém os pés no acelerador e bate de frente no muro. O carro vai para a grama, dá um giro e qualquer um com um pouco mais de atenção percebe que a roda traseira direita continua a tracionar.

Segundo a organização da Fórmula 2, o piloto está sendo tratado em um hospital de referência na Inglaterra, onde ocorreu a prova. Porém, percebe-se o transtorno dos dirigentes nas declarações da nota divulgada à imprensa.

O incrível é que os carros dessa categoria são projetados pela Williams, a mesma que compete na Fórmula 1. Na categoria principal, existe uma regra que diz que, quando há um choque forte, os pneus não podem se desprender. Os projetistas sabem como fazer isso, tanto que na Fórmula 1, dificilmente vemos pneus saindo a revelia nos momentos dos acidentes. O cuidado deveria ser o mesmo nas categorias de base.
Torço para que o piloto não morra, mas espero que o pessoal aprenda a tomar atitudes preventivas, não precisando de ocorrências fatais para tal. O problema é que estamos em um mundo em que o povo insiste em remediar, não em prevenir.

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