sexta-feira, 28 de agosto de 2009

LMS:RML começa a perder a paciência com os motores Mazda




Depois de um início de corrida prometedor, a quebra do motor Mazda - mais um, o sétimo (!) esta temporada - pôs um ponto final prematuro à participação do Lola B08/86 Mazda da RML AD Group nos 1000 Km de Nürburgring, deixando a experiente equipa inglesa à beira de um ataque de nervos.

De facto, apesar do potencial já demonstrado pelo conjunto Lola/Mazda, o motor japonês tarda em mostrar-se capaz de suportar uma corrida de seis horas, comprometendo irremediavelmente a temporada 2009 da equipa fundada por Ray Mallock, equipa com pergaminhos na endurance e cuja capacidade técnica está acima de quaisquer suspeitas.

Face ao descalabro, quem parece já não estar pelos ajustes é o seu principal patrocinador, a AD Group, com Pauline Norstrom, Directora de Worldwide Marketing daquele grupo empresarial, a deixar bem claro o desagrado e a lançar o aviso: “Estamos completamente exasperados com os problemas de motor que nos têm arruinado a temporada. O compromisso que a AD Group e a RML assumiram neste projecto não teve qualquer recompensa, e eu acho que a equipa merecia mais. Queremos recuperar o sucesso que o nosso icónico carro #25 teve tantas vezes em épocas precedentes, e se isso significar ter de mudar a estratégia de motorização, é isso que faremos”.

Voltando à corrida propriamente dita, o Lola Mazda #25 ainda chegou a fazer os dois primeiros stints a bom ritmo, tendo saltado do terceiro lugar da grelha para o segundo e ameaçado durante algumas voltas a liderança do Ginetta Zytek #40 da Quifel ASM. No entanto, a degradação acentuada dos pneus Michelin, causada pelo ritmo imposto por Tommy Erdos, obrigaria o piloto brasileiro a refrear os ânimos e contentar-se em segurar a segunda posição: “Ao fim de algum tempo, percebi que não podia manter aquele ritmo. Estava a exigir demasiado dos pneus e comecei a temer que eles não aguentassem os dois stints previstos. Por isso abrandei, o que permitiu a aproximação do Pescarolo da Oak Racing. Mas a equipa manteve-me informado da situação e pude controlar a minha posição sem dificuldade”.

Com os pneus a aguentarem, assim, os dois stints permitindo a Erdos manter confortavelmente a segunda posição, foi já com 30 s. de avanço para o Pescarolo Mazda #35 da Oak Racing que o piloto brasileiro parou para dar o lugar a Mike Newton, cumpridos os primeiros 90 minutos. No entanto, no regresso à pista, o rasto de óleo deixado no alcatrão anunciava já o pior, não demorando mais de duas voltas a Mike estar de volta à boxe com a traseira do Lola Mazda já envolta em fumo, nada mais havendo a fazer que arrumar o carro e dar por encerrado mais um fim-de-semana infeliz.

“Toda a equipa está devastada com mais esta desistência”, resumia Thomas Erdos os sentimentos da equipa britânica no final da corrida. “Tivemos um bom início de corrida e estávamos a andar bem. Talvez não tivéssemos andamento para o Ginetta-Zytek #40, mas tínhamos o segundo lugar seguro - o melhor Lola, o melhor Mazda, e muito competitivos. Até ao final do meu turno não houve qualquer indicação de problemas com o motor. Foi um final muito frustrante para um dia que parecia tão promissor”.

Mas ninguém mais que Mike Newton sentia o peso da frustração - dupla, no seu caso, cujas funções de piloto, que pouco tem conseguido cumprir por causa das repetidas desistências, acumula com as de CEO do AD Group, principal parceiro e patrocinador da RML - resumindo-a com o anúncio de que algo vai ter mudar na estratégia da equipa: “Temos de seguir em frente e considerar seriamente as nossas opções para o futuro. Talvez tenhamos de adoptar uma diferente estratégia para Silverstone, mas qual e como é o que ainda teremos de decidir”.

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